Novo artigo da pesquisadora do LEICC/UERJ Rhaysa Ruas na Revista Direito & Práxis

Em novo artigo, publicado no Ahead of Print da Revista Direito & Práxis, a pesquisadora do LEICC/UERJ Rhaysa Ruas explora de que formas a Teoria da Reprodução Social (TRS) avança no sentido de desenvolver uma compreensão unitária da dinâmica que envolve a produção capitalista e a reprodução da vida cotidiana da classe trabalhadora. Ainda pouco difundida no Brasil, a TRS é uma importante e distinta chave de análise das interações entre classe, raça, gênero e sexualidade no capitalismo. Enquanto campo de convergência que começa a se organizar recentemente, ela representa também uma possibilidade de reorganização da proposta prático-teórica do marxismo no século XXI.

A autora argumenta que ainda que em sua formulação inicial a perspectiva da reprodução social tenha teorizado apenas a opressão de gênero, ao ressurgir influenciada pelos feminismos negros, pós-coloniais e pela teoria Queer, a TRS resgata a noção marxiana de totalidade social e reposiciona o debate sobre classe e capitalismo, considerando, de uma forma holística, a totalidade das relações de exploração, expropriação, opressão, dominação e alienação. A partir de uma compreensão expandida da produção capitalista que considera em seu cerne os processos de produção da força de trabalho, essa proposta teórica reformula a noção de classe trabalhadora e, sem subsumir ou hierarquizar as especificidades de raça, gênero e sexualidade que lhe atravessam, reorganiza o debate em torno dos mecanismos materiais que possibilitariam sua união: a luta contra a subordinação da vida humana à produção de lucro.

Neste sentido, a TRS representa não só uma chave para novas pesquisas empíricas, mas também uma possibilidade de reestabelecimento de um projeto político de solidariedade transversal no interior da classe trabalhadora, rumo a um horizonte anticapitalista global. Tal projeto fora recentemente apresentado por Bhattacharya, Arruzza e Fraser no Manifesto internacionalista Feminismo para os 99% (2019) e tem mobilizado mulheres em todo o mundo.

Confira o artigo completo aqui.

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